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“300 anos de Aparecida: a emergência do feminino num novo contexto eclesial”

O Seminário Diocesano São José, da Diocese de Itabira-Fabriciano, esteve presente no terceiro dia da programação do V Colóquio de Teologia e Pastoral, com a temática “300 anos de Aparecida: a emergência do feminino num novo contexto eclesial”. Neste dia, 10 de maio de 2017, no Auditório do Instituto Santo Tomas de Aquino (ISTA/BH), foi colocado em conversação a temática: “a mulher na Igreja e na Sociedade”. Para conduzir tal momento, os organizadores do evento convidaram a professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Maria Clara Bingemer, doutora em Teologia Sistemática pela Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG-Roma).

Após apresentar alguns indicativos numéricos sobre a exclusão e violência da mulher nos dias atuais, a professora Maria Clara Bingemer fez uma reflexão sobre a mulher, sobre o ser mulher. Para a professora, tal reflexão não pode ser “um tema de moda que emerge, cresce e depois passa. É questão de cada dia, de todo dia”. Para a teóloga, segundo a concepção bíblica, por meio do termo “nekeva”, a mulher é apresentada no sentido de ser aberto, perfurado ou oco. Este oco da corporeidade feminina remete a sua abertura para a alteridade, para a maternidade. Citando o pensamento de Julia Kristeva, uma psicanalista búlgaro-francesa, a teóloga ponderou que o cristianismo, com toda a importância que dá a Maria, Virgem e Mãe, elabora um discurso ainda não superado sobre essa abertura e “perfuração” do corpo feminino, do qual sai e brota a salvação da humanidade.  A abertura, a perfuração do corpo da mulher, longe de ser cicatriz que fecha e esteriliza, é caminho para que a vida aconteça.

A mulher na Igreja e na Sociedade é um tema de grande interesse nos dias atuais, abordado diversas vezes pelo próprio Papa Francisco. Segundo o Romano Pontífice, “é necessário estudar critérios e modalidades novas para que as mulheres não se sintam hóspedes, mas plenamente partícipes dos vários âmbitos da vida social e eclesial”. O Santo padre ressalta que “é desejável uma presença feminina mais ramificada e incisiva nas comunidades, de modo que possamos ver muitas mulheres envolvidas nas responsabilidades pastorais, no acompanhamento de pessoas, famílias e grupos, assim como na reflexão teológica.”

Finalizado o colóquio, fica a necessidade de continuarmos encorajando a presença eficaz das mulheres na esfera pública, no mundo do trabalho e nos locais onde são adotadas as decisões mais importantes, inclusive nas nossas comunidades eclesiais. Que Maria Santíssima, mulher agraciada por Deus, que se dignou a se imaginar e a ser imaginada no rosto negro e latino-americano, nos ajude a enxergarmos a “afloramento do feminino num novo contexto eclesial”; um afloramento sonhado por tantos(as) e, nestes últimos tempos, respaldado no pontificado de nosso amado Papa Francisco.

Rafael Bruno Ferreira – III ano de Teologia da PUC Minas.

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Saiba mais sobre a reflexão do Santo Padre sobre a mulher na Igreja e na Sociedade: <http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2015/february/documents/papa-francesco_20150207_pontificio-consiglio-cultura.html>

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