Vida consagrada, Consagrados, como Cristo, para o reino de Deus!

Rito de profissão e consagração monástica da Irmã Maria Cecília, OSB – Mosteiro Nossa Senhora da Graças (Beneditinas)
16/08/2018
4ª Jornada Vocacional Diocesana
21/08/2018

O primeiro domingo do mês corrente foi dedicado, de forma significativa, aos ministros ordenados (os presbíteros). Acontece, porém, que na Igreja tanto entre os leigos, como entre os clérigos, existem algumas pessoas que têm também uma outra vocação específica: a vocação religiosa. Portanto, hoje, com a Graça de Deus, na solenidade da Assunção de Nossa Senhora, louvamos e agradecemos a Deus por tantas almas generosas que, ao escutar a voz de Jesus, Nosso Senhor, se dispuseram a entregar suas vidas a Ele no seu seguimento, mediante a profissão dos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência. Sobre estes, dizia a Sua Santidade, o Papa São João Paulo II em sua carta apostólica aos religiosos e religiosas da América Latina: “Com eles se expressa a total dedicação ao Senhor e a identificação com ele, na entrega ao Pai e aos irmãos”. Com esse belo propósito, cada religioso (a) se configura dia após dia a Cristo, a Cristo pobre, casto e obediente. Entretanto, o religioso é chamado a entregar tudo. Mas o que quer dizer esse “tudo” – pobreza, obediência e castidade ­­­­–? Pobreza: ele está entregando os bens externos; castidade: ele está entregando o seu corpo; obediência: ele está entregando a sua alma, ou seja, não há mais nada para entregar, entregou tudo, seus bens, seu corpo e sua alma.

No decorrer da história, o Espírito Santo, mediante as necessidades de sua Igreja, foi suscitando inúmeras ordens, congregações, institutos e comunidades de vida consagrada, mais conhecidas no cotidiano como “novas comunidades”. Todas, cada uma com seu carisma, enobrecem a Igreja com suas atividades e orações, – “Há muitos membros e, no entanto, um só corpo. ” (1Cor 12, 20) – seja os que se entregaram na vida religiosa apostólica como, por exemplo, os redentoristas em seu ramo masculino, ou aqueles que se entregaram na vida contemplativa, como as monjas carmelitas, beneditinas, redentoristas etc. Acerca disso, São João Paulo II nos exorta:

Como não recordar, cheios de gratidão ao Espírito, a abundância das formas históricas de vida consagrada, por Ele suscitadas e continuamente mantidas no tecido eclesial? Assemelham-se a uma planta com muitos ramos, que assenta as suas raízes no Evangelho e produz frutos abundantes em cada estação da Igreja. Que riqueza extraordinária! Eu mesmo, no final do Sínodo, senti a necessidade de sublinhar este elemento constante na história da Igreja: a multidão de fundadores e fundadoras, de santos e santas, que escolheram seguir Cristo na radicalidade do Evangelho e no serviço fraterno, especialmente a favor dos pobres e dos abandonados. Precisamente neste serviço resulta, com particular evidência, como a vida consagrada manifesta o caráter unitário do mandamento do amor, na sua conexão indivisível entre o amor de Deus e o amor do próximo.  (JOÃO PAULO II, VC, 1996, n. 5).  [1]

Desde a Antiguidade, é notável o trabalho que os (as) religiosos (as) executaram e executam para a edificação do Reino de Deus, em escolas, no serviço educacional; em creches, asilos, orfanatos, hospitais, entre outros. Tudo isso é possível, pois cada membro de uma comunidade religiosa, de forma especial, é chamado a ver no outro a imagem do próprio Cristo, o qual foi convidado a entregar-se por inteiro. E é nesse contexto que cada irmão (ã) de vida religiosa se realiza e se plenifica com a graça e o auxílio do Espírito Santo, em sua vida de santidade.

Por fim, não tem como falar de vida religiosa, sem mencionar a Santíssima Virgem Maria. Afinal, é Ela a consagrada por excelência, a Deus, para ser a mãe de Jesus, Nosso Senhor. É ela o perfeito exemplo para os (as) religiosos (as). Sendo a mãe do Salvador, não tomou para si essa glória, procedendo-se como a “soberana” entre todas as mulheres; pelo contrário, rebaixou-se ao nada, fazendo-se pobre, casta e obediente a Deus, em tudo. Por isso, de maneira singular, queremos pedir a Deus, pelas mãos da Virgem Maria, que abençoe todos os (as) religiosos (as) e leigos (as) consagrados (as) de nossa diocese de Itabira – Cel. Fabriciano, a fim de que, seguindo cada qual seu carisma, possam ser um simples instrumento na edificação do Reino de Deus, para que “assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, […] vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. ” (Mt 5,16)

Marlon Mendes Gonçalves – 1º ano de Filosofia

[1] Exortação Apostólica pós-sinodal “Vita Consecrata” do Santo Padre João Paulo II.

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