Temos a alegria de celebrar, neste quarto domingo, mês vocacional, a vocação leiga na Igreja. Diante dos desafios que atravessa o mundo contemporâneo, é de suma importância perguntar qual é a missão dos cristãos leigos numa sociedade plural e diversificada que não mais se orienta pelos valores que antes sustentavam uma sociedade predominantemente cristã.
É importante ressaltar o ensinamento de Nosso Senhor que ao ver as multidões subiu ao monte e assentou-se, logo após proclamou as bem-aventuranças dizendo: “ Vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo (...). Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16). Aqui encontra-se o essencial, o ponto principal da vocação de um cristão leigo, do serviço de cada batizado e batizada enviado: proclamar e irradiar a luz de Deus para as pessoas.
A vocação leiga na Igreja é o fermento na massa, comparando com a produção de um pão. São os leigos que dão força para que a Palavra se torne viva em cada local da sociedade. Antes ouvia-se dizer que os leigos eram o braço da Igreja, ou seja, sua extensão no mundo. É importante ressaltar que no meio da sociedade os leigos dão vigor, fermentam a massa, quando movidos pele fé em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado, transformam as situações e as histórias de outras pessoas sobretudo as que ainda não foram tocadas pela Palavra de Deus. É necessário, é urgente que o ensinamento de Jesus, citado acima, se faça presença no coração dos leigos da Santa Igreja. Resplandecer diante dos homens a luz de Cristo, para que a evangelização seja o mais profundo e constante grito na ação transformadora da sociedade.
Irradiar a luz de Cristo exige de cada leigo uma adesão verdadeira, outrora firmada no batismo, pois só se consegue resplandecer algo quando se está cheio dele. Como um balde d’água irá derramar se ele estiver vazio? Não tem como! Assim também, só se conseguirá realizar essa urgência de Cristo, se antes, cada cristão leigo estiver unido a Ele, a ponto de o resplandecer, ser uma consequência inata dessa união. Essa união se concretiza no diálogo com Deus, na oração verdadeira e na ação, sempre pensando no outro como o próximo. Caso contrário, pode-se correr o risco de, ao invés de resplandecer a luz de Cristo, irradiar a própria luz humana, que sendo limitada não é capaz de atravessar o coração do outro e traçar laços fecundos de amor que somente o Espirito Santo é capaz de realizar.
Como nítido exemplo dessa união temos o Beato Antônio Frederico Ozanam, fundador da Sociedade São Vicente de Paulo, SSVP. Um jovem leigo da França que soube unir-se a Cristo para se unir aos mais necessitados, fazendo resplandecer a luz do pai, sendo um sinal profético da graça de Deus que é capaz de romper com as indiferenças e unir os corações humanos.
Peçamos ao Espirito Santo que vivifique no coração de cada cristão leigo e leiga a força transformadora do evangelho, para que o mundo contemporâneo possa ser irradiado pela verdadeira Luz, e vendo as boas obras de cada leigo, glorifique o Pai, que está nos céus.
Seminarista Marlon Mendes – 2º ano de Filosofia