No dia 12 de outubro, a Igreja Católica celebra a solenidade de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e de Nossa Diocese. Em 1717, há 303 anos, três pescadores encontraram a pequenina imagem nas águas do rio Paraíba no Município de Guaratinguetá, SP. Após várias tentativas sem sucesso na pesca de peixes, resolveram lançar mais uma vez as redes, como naquele episódio dos Evangelhos em que Jesus pede aos discípulos que lancem novamente a rede ao mar. Porém, no rio Paraíba a surpresa foi outra, os pescadores encontraram nas redes o corpo de uma imagem sem a cabeça, lançando novamente a rede, encontraram a cabeça da Santa. Como estavam impressionados pelo fenômeno, sentiram se impulsionados a lançar novamente a rede e desta vez foi tão abundante a pesca que encheram três canoas. Mais uma vez aqui, lembramos a passagem do Evangelho, quando, obedientes à palavra de Jesus, os discípulos “apanharam peixes em tamanha quantidade, que as redes se arrebentavam.” (Lc 5, 6). O que isso significa? Significa que em Maria, a sempre obediente a Deus, aquela que faz a vontade do Pai, encontramos uma referência do seguimento a Jesus Cristo. Sua imagem surgida das águas, em um momento difícil, nos mostra que a devoção, a fé e o amor que devotamos a essa tão querida mãe, é expressão do nosso amor e fé a Jesus Cristo. Por isso ela quis aparecer a nós, povo brasileiro, surgida das águas, águas que nos remetem ao êxodo, quando os israelitas foram libertos do cativeiro para uma vida nova. Maria quer nos levar também a uma vida nova, ela traz libertação ao povo escolhido. Em um período que ainda imperava no Brasil a escravidão, Deus visita seu povo através de uma imagem negra, mostrando que está sempre conosco, lembrando-nos que Ele é o Emanuel que não abandona seu povo.
Maria se fazendo serva, coopera para a salvação dos homens. Ela tem uma presença singular na vida de cada um de nós, nesta terra de Santa Cruz. O Brasil é o país com a maior população católica do mundo, uma população que ama muito a Mãe de Jesus. Nossa Senhora Aparecida também é padroeira de nossa Diocese. Por isso devemos nutrir em nossos corações um desejo ardente de nos unirmos a essa Mãe amorosa. Ela nos leva ao Cristo. Como Jesus disse aos seus discípulos, assim também Maria diz a cada um de nós: “avancem mais para o fundo”, (Lc, 5, 4) e diz ainda, “façam o que Ele vos disser” (Jo, 2, 5). Dessa forma estaremos no caminho certo, no caminho da salvação. É Maria quem nos guia. Que possamos nos unir a ela. Como disse o Papa João Paulo II, quando esteve em terras brasileiras: “a devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Por isso, meus irmãos e irmãs, povo dileto de Nossa Senhora Aparecida, permaneçamos na escola de Maria, escutemos sua voz, sigamos seus exemplos, pois ela nos orienta para Jesus, como afirmou São João Paulo II. Maria é Mãe, Mãe de Deus e nossa, ela está sempre conosco e encaminha nossas dificuldades ao seu Filho. Por isso, mesmo em meio à pandemia, às dores, guerras, misérias, explorações, confiemos e confiemo-nos a Nossa Senhora Aparecida, que como dito pelo Papa Paulo VI, na Lumen Gentium 68, a Mãe de Jesus, “na terra, brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor.” Assim, Cantemos juntos, enquanto aqui estamos:
“Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida”!
Seminarista Robson Afonso Aparecido, 3° ano de Filosofia.